Neymar voltou a ser titular pelo Santos no último fim de semana, após dois meses afastado por (mais uma) lesão. Ainda sem ritmo, o craque teve uma atuação discreta. E essa fase complicada do ex-jogador de Barcelona e PSG, a poucos meses da Copa do Mundo, foi tema da mais recente edição do programa Numbers Don’t Lie, da CBS Sports Golazo em parceria com o Sofascore.
O apresentador Chris Wittyngham e o comentarista Michael Lahoud se debruçaram sobre a questão. Afinal, se fosse apenas por qualidade técnica, Neymar seria nome certo na lista de Carlo Ancelotti para o Mundial de Canadá, Estados Unidos e México. Assista no vídeo abaixo!
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“São dois assuntos diferentes, uma coisa é a disponibilidade (física) do Neymar, a outra é sua aura. Ele é o Neymar. Ele tem que estar no time”, disse Lahoud, após ser questionado por Wittyngham sobre as questões físicas do camisa 10 do Santos.
Neymar não faz parte da lista dos amistosos da seleção brasileira na Data Fifa de novembro. E o “Numbers Don’t Lie” repercutiu as declarações recentes de Ancelotti, nas quais ele diz que os problemas médicos são a principal causa da ausência do jogador nas convocações.
“Mas vamos falar sobre por que ele deve estar no avião que vai para os Estados Unidos. Para começar, ele é o maior artilheiro de todos os tempos da seleção brasileira”, salientou Wittyngham, mostrando os números de Neymar, que tem 79 gols contra 77 de ninguém mais, ninguém menos do que Pelé (claro, em mais partidas disputadas).
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Michael Lahoud, inclusive, lembrou que do top-5 dos artilheiros, três foram campeões mundiais (Pelé, Romário e Ronaldo) e o outro era para ter sido (Zico, com a célebre seleção brasileira de 1982).
“(Neymar estar nessa lista) mostra que ele é um jogador de elite”, observou Lahoud.
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Números à favor de Neymar
Na sequência, para sustentar ainda mais o argumento da importância de Neymar para Seleção, Wittyngham mostrou que o nome do programa é “Os números não mentem” por um motivo: o desempenho do Brasil com o camisa 10 em campo é muito, mas muito superior do que sem ele.
Em média, desde 2016, a seleção brasileira conquistou 2.46 pontos quando Neymar atuou. Quando estava fora, essa média caiu para 1,80. O mesmo vale para vitórias, gols marcados, jogos sem perder…

“Sem ele, o Brasil vira um time comum”, retrucou Wittyngham. Na sequência, Lahoud brincou sobre os números apresentados:
“Está faltando mais uma coisa aí, o XG. Mas não de gols esperados, mas sim de expectativa pela Ginga. Sem Neymar não existe a ginga”.
Neymar e o alto índices de lesões
No entanto, para esse “futebol bonito” aflorar, é necessário o mínimo de condição física. Algo que Neymar não tem desde 2023, quando sofreu sua mais séria lesão (joelho). E a dupla do CBS Sports Golazo trouxe um pouco desses números que mostram a queda de rendimento do jogador de 33 anos, que ficou fora de mais de 100 jogos nesse período.
“Você não pode perder 17 partidas numa temporada se quiser chegar à Copa do Mundo”, frisou Lahoud.

Wittyngham então questiona Lahoud: Será que Neymar chegou a um ponto da carreira que ele não consegue mais entregar ótimos desempenhos devido às lesões que o deixaram irreconhecível?
“Quando Neymar está em campo, ele pode fazer coisas que muita gente só consegue sonhar. E nós vemos isso nos seus gols, na qualidade dos seus gols e assistências”, disse o comentarista do CBS Sports Golazo, lembrando que João Pedro e Vinicius Junior, por exemplo, não possuem esse mesmo talento que Neymar.
“Mas para isso, ele tem que estar saudável”, salientou Lahoud.
Estêvão, o novo Neymar?
E se Neymar não conseguir ir à Copa? O programa “Numbers Don’t Lie” pensou nessa possibilidade e elegeu um jogador que pode tentar suprir essa ausência: Estêvão, do Chelsea.
“Nem tudo são más notícias para o torcedor brasileiro. Potencialmente pode assumir esse posto do Neymar. E se você olhar para os números dele, algumas coisas me chamam a atenção: as assistências esperadas e os dribles bem sucedidos. E isso sem ter jogadores de peso ao lado como Cole Palmer, e tampouco estar sendo utilizado em todos os jogos”, sublinhou Lahoud sobre Estêvão.
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“E conforme ele ganhar mais minutos, o céu vai ser o limite para ele”, completou.
No entanto, Wittyngham lembrou que uma coisa é fazer gols em amistosos como Estêvão vem fazendo pela seleção, outra é em jogos oficiais ou na Copa do Mundo. Além da pressão e responsabilidade sobre um jovem de 18 anos de ter que substituir um nome como Neymar.
Lahoud retrucou com, adivinhem, números! Comparando o desempenho de Estêvão com outros dois nomes de peso : Vinicius Júnior e Rodrygo. Desde que o ex-jogador Palmeiras estreou na seleção principal, em setembro de 2024, seus números são quase parecidos com os da dupla do Real Madrid.

Até melhores, como por exemplo o número de minutos para fazer um gol. Estêvão gasta em média 100 minutos, contra 191 de Rodrygo e 281 de Vini.
“Se eu sou o Carlo (Ancelotti), e eu sei que você, Carlo, gosta do programa “Numbers Don’t Lie”, então escute isso: Estêvão é o presente e o futuro da seleção brasileira”, enfatizou Lahoud.