Prévia da Serie A 2025/26

A temporada 2025/26 da Serie A promete ser uma das mais fascinantes e imprevisíveis dos últimos tempos. Se em anos anteriores a continuidade dos treinadores foi um fio condutor para muitos clubes, desta vez é a verdadeira revolução nos bancos que domina as manchetes: onze clubes mudaram de treinador, redesenhando o mapa do torneio. A isso se somam grandes retornos, novos projetos e a mistura habitual de favoritos, azarões e recém-promovidos prontos para surpreender.

A grande questão que se desenha é clara: será um campeonato de várias cabeças, com muitos times capazes de lutar até o fim, ou veremos uma fuga solitária?

A corrida pelo Scudetto

O atual campeão Napoli começa como favorito. O time de Conte, com um elenco competitivo e já testado, terá que provar que consegue lidar com o peso da dupla responsabilidade: Champions League e Serie A. A consistência tática continua sendo uma arma importante, mas a dúvida permanece: conseguirão manter o mesmo nível de concentração?

O AC Milan é provavelmente a maior incógnita. O retorno de Massimiliano Allegri, após um sabático depois de temporadas difíceis na Juventus, traz consigo experiência e pragmatismo. A questão é se o técnico nascido em Livorno conseguirá revitalizar um elenco que tem vivido altos e baixos nos últimos anos.

A Juventus, com Tudor em sua primeira temporada completa, busca consolidar sua renovação. O trabalho tático do treinador croata já mostrou sinais de uma identidade mais moderna e ofensiva, mas serão necessários reforços adicionais para diminuir a distância em relação a outros dois ou três favoritos.

Conte

Mudanças nos bancos: o verdadeiro tema da temporada

A Serie A nunca esteve tão transformada nos bancos de reservas. Allegri retorna ao Milan após 12 anos, Juric ao Atalanta, Pioli à Fiorentina, Sarri de volta à Lazio: grandes retornos e mudanças de perspectiva.

Mas talvez o maior atrativo esteja nas novidades: Cristian Chivu, após anos à frente da base da Inter, assume o time principal. Pisacane comanda o Cagliari depois de sua experiência como assistente no Arsenal, Cuesta inicia sua trajetória no Parma após ter sido auxiliar. E ainda há Baroni no Torino, Gilardino no Pisa, Nicola na Cremonese, Di Francesco no Lecce.

Um verdadeiro caldeirão de experiências e filosofias futebolísticas, que fará da liga um laboratório tático único.

O mercado de transferências: entre retornos experientes e jovens revelações

O mercado de verão não trouxe contratações bombásticas, mas apresentou vários movimentos interessantes. O retorno de Edin Džeko à Serie A, para reforçar o ataque da Fiorentina de Pioli, adiciona liderança e experiência. Morata volta à Itália, desta vez para defender o Como, após passagens pouco positivas pelo Milan e pelo Galatasaray.

Entre os jovens, merecem destaque a chegada de novos prospectos estrangeiros e a confirmação de talentos emergentes italianos. O campeonato promete ser repleto de caras novas prontas para aproveitar as oportunidades que os novos treinadores vão oferecer.

Dzeko

Jovens para observar: entre confirmações e possíveis surpresas

A temporada 2025/26 pode ser a de afirmação para vários jovens talentos: Yildiz e Nico Paz acima de todos.

Não se pode esquecer também de Cesare Casadei, que voltou à Itália com o objetivo de se firmar como titular na Serie A. Além dele, há talentos como Jashari e Atta, ambos sub-23, que podem se tornar estrelas inesperadas. A atenção também estará voltada para os clubes recém-promovidos, frequentemente terreno fértil para lançar novos nomes ao grande palco.

Nico Paz

Outsiders e a corrida europeia: equilíbrio total

Atrás dos grandes nomes, a batalha pela Europa promete ser intensa. A Roma terminou a última temporada em alta e agora busca consistência. A Lazio, com Sarri de volta ao comando após um sabático, tentará reencontrar suas certezas táticas perdidas e recuperar um lugar na Europa, depois do fracasso dos Biancocelesti de Baroni na última rodada da temporada passada.

Sarri

A Atalanta, sem Gasperini, entra na era Juric: pressão, agressividade e desenvolvimento de jovens jogadores serão suas marcas registradas. A Fiorentina de Pioli, por sua vez, representa um verdadeiro coringa, com qualidade suficiente para surpreender. Bologna, Como e Torino seguem prontos para aproveitar qualquer tropeço dos grandes.

Os recém-promovidos e a luta pela sobrevivência

Com Cuesta no banco, o projeto do Parma é ambicioso. O jovem técnico espanhol trará ideias modernas e coragem tática, mas o teste final será sua capacidade de resistir à pressão de adversários mais experientes.

O Pisa, entregue a Gilardino após a saída de Inzaghi, é um dos contos de fadas mais intrigantes. A Cremonese de Davide Nicola, especialista em sobrevivências impossíveis, tentará surpreender com seu futebol vertical. Os Grigiorossi, aliás, estão muito ativos no mercado, tendo contratado Baschirotto, Zerbin, Bondo, Grassi e os dois goleiros Audero e Silvestri.

Gilardino

Cagliari, Lecce, Verona e Udinese permanecem entre os times que terão que lutar para ficar na elite, possivelmente até a rodada final.

Aspectos táticos gerais: um campeonato mais moderno

A Serie A também passa por uma transformação tática. A adoção generalizada da pressão alta, o uso de sistemas híbridos e a fluidez defensiva já são realidades consolidadas. Treinadores experientes, como Allegri e Sarri, terão que encontrar novas soluções em um ambiente cada vez mais dinâmico.

O impacto da regra das cinco substituições continua a se fazer sentir: quem tiver elenco mais longo poderá gerir melhor o ritmo e os compromissos duplos. O campeonato tende a ser mais ofensivo do que nos últimos anos, com aumento na média de gols e uma natureza mais espetacular.

O fator europeu: o impacto dos calendários extras

Não se pode esquecer que muitos times italianos serão protagonistas na Europa. Napoli, Inter, Atalanta e Juventus terão que equilibrar a disputa da liga com as copas na Champions League, correndo o risco de perder pontos no caminho.

A Roma pode ter a chance de chegar até a final da Europa League, enquanto a Fiorentina pode mirar o protagonismo na Conference League. O desempenho nas competições europeias será um fator-chave para determinar se a Serie A pode permanecer equilibrada até o fim.

Dybala

Histórias para acompanhar: retornos e novos desafios

Além dos temas técnicos e táticos, a temporada 2025/26 da Serie A trará narrativas fascinantes. A mudança de Allegri para o Milan representa um retorno romântico, mas também um teste crucial. Sarri retorna à Lazio com vontade de provar que não foi ultrapassado pelo tempo. Pioli busca se afirmar na Itália após sua experiência com Cristiano Ronaldo no Al Nassr.

Mas também há espaço para “novos rostos”: Chivu na Inter e Cuesta no Parma são exemplos de como a Serie A está abrindo as portas para treinadores jovens e de ideias inovadoras. Histórias que, de uma forma ou de outra, vão moldar o campeonato.

Pioli

Uma Serie A imperdível

A nova temporada se apresenta como um mosaico de incerteza, promessas e novas aventuras. A corrida pelo topo parece mais aberta, a luta por vagas europeias mais concorrida e a briga contra o rebaixamento mais intensa.

Se o futebol italiano teve que lidar com a previsibilidade nos últimos anos, a temporada 2025/26 começa sob o signo da incerteza. E talvez justamente aí esteja o seu maior atrativo: uma Serie A onde tudo pode acontecer.