Stipe Miočić, considerado por muitos o maior peso-pesado do UFC de todos os tempos, nunca escondeu o papel especial que o Brasil desempenhou em sua carreira. No mais novo episódio de A Guest and a Half, vídeo série do Sofascore no Youtube, gravado durante sua visita a Zadar para o Sunset Sports Festival, Miočić falou sobre suas lutas mais icônicas, incluindo noites inesquecíveis contra Fabrício Werdum e Junior dos Santos, diante de torcidas brasileiras.
A entrevista completa com Stipe Miočić já está disponível no canal oficial do Sofascore no YouTube
Curitiba 2016: A noite em que Miočić chocou o Brasil
Relembrando sua primeira luta valendo cinturão em 2016, quando derrotou Fabrício Werdum, Miočić admitiu que a atmosfera foi diferente de tudo o que já havia vivido.
“Incrível. Primeira luta valendo cinturão. No Brasil. 45 mil pessoas – e 44.985 delas eram torcedores que falavam português gritando que eu ia morrer. Eu tinha 15 familiares lá. Eu venci e, de repente… silêncio. Mas foi muito divertido. Grande experiência.”
Stipe Miocic
A brutalidade de Junior dos Santos
Ele também destacou sua rivalidade com Junior dos Santos, chamando o primeiro duelo de a luta mais difícil de toda a sua carreira.
“Cinco rounds, apenas nos batendo sem parar. Não foi nada divertido… Eu estava sentado com os olhos roxos, pensando: ‘Por que eu faço isso?’ Então me levantei e a arena inteira gritou. Fiquei arrepiado. É por isso que fazemos isso.”
Stipe Miocic
A revanche trouxe outro ponto de virada, quando uma lesão na perna obrigou Miočić a acelerar tudo desde o início:
“Eu estava indo bem, acompanhando ele, e então ele começou a chutar minha canela. Acho que ele quebrou minha fíbula. Eu não conseguia andar. Então fui com tudo para terminar rápido.”
Stipe Miocic
Além dessas batalhas, Miočić também prestou homenagem a lendas brasileiras que moldaram o MMA. Quando foi convidado a citar os maiores em categorias específicas, mencionou Renzo Gracie como um dos melhores de todos os tempos no controle de solo – um reconhecimento ao papel central do Brasil na história do esporte.
A vida após o octógono: família, bombeiro e Croácia
Agora aposentado desde o fim de 2024, Miočić admite que a vida é diferente, mas recompensadora.
“Estou bem. Ainda dói ter perdido minha última luta, mas vou superar. Graças a Deus tenho minha esposa e meus filhos – eles cuidam de mim. Tenho uma família incrível. E, olha, não levo mais socos no rosto. Isso é bom.”
Stipe Miocic
Fora do octógono, ele continua sua carreira como bombeiro em Ohio.
“Sim, ainda estou ativo. Tenho ótimos colegas de trabalho. Sou sortudo. A maioria dos chamados são médicos, mas também temos incêndios. É por isso que treinamos constantemente, para estarmos sempre prontos.” E mesmo em emergências, algumas pessoas o reconhecem: “O engraçado é que pessoas mais velhas, de 70 ou 80 anos, sabem exatamente quem eu sou. É ótimo. Um dia tudo isso vai acabar, então aproveito enquanto posso.”
Stipe Miocic
A entrevista também abordou sua herança croata. Com seu pai nascido perto de Zadar, a viagem se tornou um retorno emocionante às origens.
“Finalmente consegui a cidadania da minha família – agora somos cidadãos com dupla nacionalidade. Minha mãe também está aqui. Ela não voltava desde que se mudou para os Estados Unidos, há mais de 50 anos. Ela está emocionada, e não é alguém que costuma se emocionar.”
Stipe Miocic
Encerrando a entrevista, Miočić compartilhou sua lista dos 5 maiores lutadores de todos os tempos: incluindo Cro Cop, Fedor, Georges St-Pierre, Jon Jones e Demetrious Johnson, brincando sobre deixar seu próprio nome de fora da lista. Sua mensagem aos fãs foi sincera:
“Apenas obrigado. Por sempre estarem comigo. Pelo apoio. Por estarem ao meu lado – nos bons e maus momentos. Não estou indo embora. Ainda estarei por perto. Talvez não levando mais socos no rosto, mas produzindo conteúdo engraçado. Agradeço a todos vocês. Obrigado, isso significa o mundo para mim.”
Stipe Miocic
