Estêvão é um dos grandes nomes da Era Ancelotti na Seleção Brasileira. Gols, belas jogadas e um futebol de gente grande apesar dos recém completados 18 anos. Um jogador com boas chances de disputar a Copa do Mundo de 2026.
O curioso é que o atacante do Chelsea “atropelou” nessa disputa um ex-companheiro de Palmeiras: Endrick. O jovem de 19 anos vive um momento completamente distinto do compatriota no Real Madrid, na reserva e bem distante do torneio nos EUA, Canadá e México.
Estêvão tem melhor média Sofascore na Seleção
Desde sua estreia oficial pela Seleção Brasileira principal contra o Equador, em setembro de 2024, Estêvão tem mostrado uma evolução impressionante.

No futebol europeu, o atacante soma oito partidas pelo Chelsea, nas quais marcou um gol e deu uma assistência, com média Sofascore de 7.19. Pela Seleção, disputou nove jogos, balançou as redes três vezes e alcançou média Sofascore de 6.89: a mais alta entre todos os atacantes convocados por Carlo Ancelotti nesse período.
Endrick vive uma fase completamente oposta. Contando jogos da temporada passada, o atacante teve média Sofascore de 6.79 pelo clube espanhol. No entanto, na atual ele sequer entrou em campo em um jogo oficial do Real. Pela Seleção, desde setembro de 2024, foram seis jogos, nenhum gol e média Sofascore de 6.43.
Apesar da maior experiência, Endrick ainda busca consistência e impacto nos grandes momentos, algo que Estêvão parece ter encontrado rapidamente na Inglaterra.
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Joias trilham caminhos opostos após Palmeiras
As trajetórias de Estêvão e Endrick após deixarem o Palmeiras mostram como o ambiente certo pode acelerar (ou atrasar) o desenvolvimento de jovens talentos. Estêvão escolheu o Chelsea, um clube conhecido por dar espaço a jovens talentos e apostar em projetos de longo prazo.
A transferência movimentou cerca de €61,5 milhões. A aposta dos ingleses tem se mostrado certeira: o atacante vem ganhando ritmo, confiança e destaque tanto na Premier League quanto nas convocações da Seleção.

Endrick seguiu outro caminho. Vendido ao Real Madrid por cerca de €60 milhões, o atacante desembarcou em um dos elencos mais estrelados do futebol mundial, tendo que disputar espaço com craques consagrados.
Esses elevados valores, pagos quando ambos eram menores de idade e ainda atletas do Palmeiras, reforçam o status de “joias” para ambos. Não apenas pelo potencial técnico, mas pelas expectativas de retorno (em títulos, desempenho e valorização).
A escolha do ambiente, no entanto, se mostra determinante: enquanto Estêvão cresce com protagonismo e liberdade, Endrick precisa lidar com a sombra de medalhões e com a pressão por eficiência em oportunidades limitadas.
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O desafio de Endrick no Real (ou fora dele)
Sob o comando de Xabi Alonso, o cenário de Endrick se tornou ainda mais desafiador. O técnico espanhol tem priorizado Mbappé como referência ofensiva e alternado Rodrygo e Vinícius nas pontas. Isso restringe ainda mais o espaço do jovem brasileiro, que teve muito mais minutos em campo na temporada passada. Justamente quando Carlo Ancelotti era o treinador merengue.
Especulações na imprensa espanhola sugerem que o Real Madrid avalia um empréstimo na próxima janela de transferências do verão europeu. Tudo para o atacante somar mais tempo de jogo e se desenvolver sem tanta pressão.

Uma mudança para uma equipe de médio porte, na Espanha ou na Premier League, poderia oferecer a sequência ideal para Endrick recuperar confiança e ritmo. Elementos fundamentais para voltar a ser considerado por Ancelotti nas próximas convocações.
Conquista em comum e recordes
Companheiros no título do Campeonato Brasileiro de 2023 pelo Palmeiras, Estêvão e Endrick começaram juntos o caminho para o topo do futebol mundial. Desde então, no entanto, o jovem atacante do Chelsea tem colecionado recordes que reforçam sua ascensão meteórica.
Estêvão é, por exemplo, o mais jovem jogador a marcar dois gols no mesmo jogo pela Seleção Brasileira, feito alcançado em amistoso contra a Coreia do Sul. Também vem mantendo presença constante nas convocações, com participações diretas em gols.
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“Mas quem está mais perto da Copa do Mundo?”, diz o título desse artigo. A resposta é Estêvão, um nome hoje praticamente garantido na lista de convocados para o torneio. Endrick, por sua vez, sofre com pouca visibilidade e minutos raros no Real Madrid, o enfraquecendo nessa disputa.
Se o atacante merengue conseguir conquistar mais ritmo de jogo — preferencialmente em um novo clube que permita protagonismo — ele pode reacender sua briga pela seleção. E com uma joia já em ascensão e outra recuperando a forma, Ancelotti poderia contar com uma dupla extremamente promissora e muito útil para a Copa de 2026.