Quem teria previsto essas Finais de Conferência no início da temporada?
Os atuais campeões, o Boston Celtics, pareciam eliminados antes mesmo da lesão devastadora de Tatum. Apesar de abrirem dígitos duplos de vantagem em todos os jogos, os Knicks sempre respondiam e já lideravam a série por 3–1 naquele momento.
Enquanto isso, o Denver Nuggets desmoronava, pouco a pouco. Quando finalmente se arrastaram até o Jogo 7 contra o embalado Oklahoma City Thunder, a carruagem de Jokic já havia virado abóbora. A lesão de Aaron Gordon – que já havia protagonizado duas jogadas heroicas no fim de partidas durante os playoffs – foi demais para um time esgotado física e emocionalmente, especialmente contra a melhor defesa e o elenco mais profundo da liga.

Pacers e Timberwolves, por outro lado, avançaram com muito mais tranquilidade no papel, vencendo cada rodada por 4–1.
Mas agora os verdadeiros testes começam! A questão é: será que a ausência de desafios mais duros até aqui vai quebrar o ritmo dessas equipes? Ou será que o descanso e o fôlego extra vão fazer a diferença contra adversários mais desgastados?

Finais da Conferência Oeste: Oklahoma City Thunder vs. Minnesota Timberwolves
Pode parecer estranho depois de sete jogos intensos contra Denver, mas esse é o primeiro confronto realmente físico do Thunder nos playoffs. Após atropelar um Grizzlies desfalcado e superar os Nuggets com profundidade, energia e defesa, o time agora enfrenta uma equipe que não foge do contato e da agressividade.
Os Wolves, liderados por Anthony Edwards e – para surpresa de alguns – Julius Randle, finalmente encaram um oponente à altura. Nem os Lakers, nem os Warriors sem Steph conseguiram igualar o tamanho e a força de Minnesota. E o arremesso de fora tem funcionado – fator que pode ser decisivo nesta série.

O OKC adora desgastar os adversários com pressão em quadra inteira, e os Wolves não contam com muitos armadores confiáveis para lidar com isso de forma constante. Se a responsabilidade cair demais sobre Conley, Caruso e companhia podem explorar essa fragilidade – especialmente ao mirar nele na defesa. Edwards também tem dificuldades quando é dobrado, então, mais uma vez, Randle terá que ser o cara – não só com um papel importante, mas com liberdade total. O histórico pode não favorecê-lo, mas nesses playoffs ele tem sido impecável: mais de 50% nos arremessos de quadra e 35% nas bolas de três, dando o espaçamento necessário para que os Wolves “banquem” Gobert no ataque.
Se jogadores de apoio como Naz Reid e Jaden McDaniels continuarem acertando de fora e abrindo espaço para as infiltrações de Edwards, o Thunder pode estar diante de seu maior desafio até agora.
Do outro lado, o ataque do OKC costuma travar quando os coadjuvantes não convertem arremessos livres. E Minnesota talvez tenha as armas certas para conter Shai sem precisar dobrá-lo. A zona de Denver deu bastante dor de cabeça ao Thunder, e os Wolves – com Gobert e McDaniels como âncoras – têm um arsenal completo de recursos defensivos para testar.

A expectativa é de mais uma série longa e física, mas em termos de narrativa, minha aposta é Wolves em 6.
Finais da Conferência Leste: New York Knicks vs. Indiana Pacers
Em uma reedição nostálgica das Finais do Leste de 1999, os Knicks chegam com a vantagem de mando de quadra sobre os Pacers. Ambos os times acreditam que este é o seu ano. As lesões devastaram os favoritos do Leste (Celtics, Bucks e, até certo ponto, os Cavs), deixando o caminho escancarado.
Os Knicks chegaram até aqui superando os promissores Pistons e os atuais campeões de Boston – embora suas atuações não tenham sido tão dominantes quanto os placares finais indicam. A equipe ainda encontra dificuldade para jogar bem os 48 minutos, mas teve a sorte de enfrentar adversários que falharam ainda mais nesse quesito.
Nos quatro primeiros jogos contra Boston, abriram 3–1 mesmo começando todas as partidas com desvantagem de pelo menos 14 pontos. Liderados pelo Clutch Player of the Year, Jalen Brunson, viraram jogos na base da garra e inteligência.

Ainda assim, desbloquear todo o potencial ofensivo do time segue sendo um desafio – KAT arremessou menos de três no último confronto do que no primeiro, e Mikal Bridges está mais do que pronto para assumir um papel maior. Na defesa, times que isolam Brunson ou Towns costumam encontrar buracos. Boston caiu no erro de desacelerar e apostar no jogo individual – algo que Indiana vai fazer exatamente o oposto. E isso pode causar sérios problemas para Nova York.

Enquanto isso, os Pacers – subestimados por muitos – chegaram às Finais do Leste com duas séries bem convincentes, vencidas por 4–1. Haliburton vive seu melhor momento, e sua bola de três decisiva no Jogo 2 da rodada anterior (aliada a algumas lesões importantes nos Cavs) destruiu o ânimo de Cleveland. O plano de Indiana será acelerar o jogo ao máximo, enquanto os Knicks tentarão dissecar a defesa adversária com paciência. Os Pacers contam com um batalhão de armadores para revezar a marcação em Brunson, e Turner e Siakam oferecem mobilidade e tamanho que podem atrapalhar muito os bloqueios nova-iorquinos.
Com um banco ligeiramente mais produtivo e o melhor aproveitamento de arremessos dos playoffs até aqui, nossa aposta vai para Indiana em 6.
Será que o Thunder coroa uma temporada dos sonhos e inaugura uma nova dinastia?
Será que os Pacers continuam chutando como o Reggie Miller e conseguem a zebra do ano?
Será que a turma de Villanova finalmente traz de volta um pouco de sorte para Nova York?
Será que este é o momento em que Anthony Edwards entra, oficialmente, no panteão das superestrelas?
E será que a troca entre Towns e Randle será lembrada como o raro negócio em que os dois lados venceram?
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