A Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025 promete ser um evento histórico no futebol mundial. Pela primeira vez, o torneio contará com 32 clubes de diferentes partes do mundo e será realizado nos Estados Unidos. Antes visto como um evento menor no calendário do futebol, o Mundial de Clubes está sendo reformulado para se assemelhar à Copa do Mundo de seleções em estrutura e escala. Essa mudança não é apenas uma atualização de formato — ela representa uma transformação significativa na forma como o futebol de clubes é organizado e vivido globalmente.
Por que a FIFA mudou o torneio
O antigo formato do Mundial de Clubes foi realizado pela primeira vez em 2000. Contava com um número reduzido de equipes — normalmente sete — com os campeões europeus e sul-americanos entrando diretamente nas semifinais. Embora fosse tecnicamente um campeonato mundial, o torneio despertava pouco interesse fora das regiões dos times participantes. Para os torcedores dos campeões europeus, que dominam a competição desde 2013, o torneio era visto mais como uma obrigação.
A FIFA, sob a presidência de Gianni Infantino, percebeu a necessidade de renovar o torneio. A proposta foi criar uma oportunidade para que mais clubes de diferentes continentes tivessem espaço no palco global. Com a expansão para 32 times, clubes da África, Ásia, América do Norte, América do Sul e Oceania terão a chance de mostrar sua qualidade. Isso torna o evento realmente global em participação e audiência.
A mudança também faz parte do plano estratégico da FIFA para ampliar seu papel no futebol de clubes, tradicionalmente liderado por entidades como a UEFA e a CONMEBOL. Ao organizar uma mega competição de clubes a cada quatro anos, a FIFA se posiciona como uma peça central não apenas no futebol entre seleções, mas também no universo dos clubes.

O que muda em 2025
A edição de 2025 da Copa do Mundo de Clubes da FIFA terá 32 equipes das seis confederações, em um modelo similar ao da Copa do Mundo de seleções. O sistema de qualificação foi estruturado para manter o equilíbrio entre desempenho esportivo e representatividade global:
- UEFA (Europa): 12 clubes – Campeões da UEFA Champions League de 2021 a 2024, além de outros clubes com base no ranking.
- CONMEBOL (América do Sul): 6 clubes – Campeões da Copa Libertadores de 2021 a 2024 e outros times conforme ranking.
- AFC (Ásia), CAF (África) e CONCACAF (América do Norte e Central): 4 clubes cada – Campeões continentais durante o período de qualificação.
- OFC (Oceania): 1 clube – Normalmente o melhor ranqueado ou vencedor de um playoff.
- País-sede (EUA): 1 clube – Provavelmente uma equipe de destaque da MLS.
O formato será simples: oito grupos com quatro equipes, seguidos por fases eliminatórias. Um dos grandes diferenciais é o calendário: os jogos acontecerão em junho e julho de 2025, evitando conflito com as temporadas regulares de clubes.
Essa mudança amplia a visibilidade do torneio, transformando o que antes era uma competição curta de uma semana em um festival de futebol com duração de um mês. Mais jogos significam maior engajamento com os torcedores, aumento na receita comercial e mais reconhecimento global para clubes e jogadores.
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Por que os EUA foram escolhidos como sede
Os Estados Unidos em breve estarão no centro do mundo do futebol. O país sediou a Copa América de 2024, será o anfitrião da Copa do Mundo de 2026 e agora também da Copa do Mundo de Clubes de 2025. A escolha da FIFA pelos EUA é uma prova do crescente interesse e investimento da nação no futebol, evidenciado pelo aumento de audiência da MLS e pelos recordes de público em amistosos e torneios internacionais.
Em termos de infraestrutura, os Estados Unidos oferecem estádios modernos, logística confiável e uma economia esportiva sólida. Regiões metropolitanas como Nova York, Los Angeles, Miami e Atlanta já recebem grandes eventos esportivos e abrigam comunidades de torcedores bastante diversas.
Existe também um componente estratégico. A FIFA busca desenvolver o futebol em um mercado de enorme apelo comercial. Apresentar uma competição de clubes de alto nível nos EUA aproxima torcedores de clubes que normalmente só acompanham à distância, como Real Madrid, Manchester City, Al Ahly ou Urawa Red Diamonds. É também uma oportunidade para que os fãs conheçam de perto clubes internacionais que talvez jamais pudessem ver ao vivo.

Como isso impacta o futebol global
O novo formato da Copa do Mundo de Clubes terá grandes repercussões no futebol de clubes ao redor do mundo:
1. Fama além das fronteiras
Fora da Europa e da América do Sul, muitos clubes enfrentam dificuldades para ganhar visibilidade em escala global. O novo torneio muda esse cenário ao oferecer um palco maior para clubes africanos, asiáticos e americanos. Times como o Wydad Casablanca ou o Al Hilal poderão enfrentar gigantes como o Bayern de Munique ou o Chelsea em confrontos realmente relevantes.
2. Dinheiro e patrocínios
A participação traz prêmios em dinheiro e exposição. Os clubes poderão atrair patrocinadores, vender produtos para o mundo inteiro e aumentar seu valor de mercado. Para times menores, isso pode transformar completamente a realidade financeira.
3. Desenvolvimento e observação de talentos
Para jovens jogadores de ligas menos conhecidas, o torneio se torna uma vitrine global. Uma grande atuação pode abrir portas para transferências a clubes da elite europeia. Por outro lado, os próprios clubes europeus poderão usar o evento para observar talentos em um cenário competitivo, e não apenas em torneios de base.
4. Preocupações com o calendário
Nem todas as reações têm sido positivas. A Associação Europeia de Clubes e vários treinadores expressaram preocupação com a sobrecarga dos jogadores e o aumento do número de jogos. Criar mais um torneio de um mês no calendário significa esticar ainda mais o físico dos atletas, que já disputam competições domésticas, continentais e seleções.
O que esperar do futuro
Se for bem-sucedida, a Copa do Mundo de Clubes 2025 pode redefinir a percepção sobre competições globais entre clubes. Embora a Champions League ainda seja vista como o auge do futebol de clubes, o Mundial poderá competir por esse posto de prestígio.
Há rumores de que o torneio poderá aumentar ainda mais em edições futuras ou adotar sistemas de classificação mais complexos. China, Arábia Saudita ou Austrália são candidatas potenciais para sediar próximas edições e alavancar o futebol local.
Outro fator interessante é o surgimento de novas rivalidades internacionais fora da Europa. Poderemos ver confrontos como Flamengo vs Kashima Antlers ou Monterrey vs Al Hilal, gerando novas narrativas e culturas dentro do torneio.
A FIFA já confirmou que o novo formato expandido será disputado a cada quatro anos, substituindo a versão anual menor. Isso evita choques com o calendário tradicional e cria expectativa parecida com a da Copa do Mundo ou da Euro. Também dá mais tempo aos clubes para se planejarem e se classificarem.

Uma nova era para o futebol de clubes
A Copa do Mundo de Clubes 2025 é um divisor de águas no futebol mundial. Com 32 clubes, um formato de um mês e sede nos Estados Unidos, será a maior edição da história da competição. É a prova da visão da FIFA de tornar o futebol de clubes realmente global, atingindo novos mercados, públicos e fontes de receita.
Apesar dos desafios que o novo formato traz, ele oferece oportunidades emocionantes para clubes, torcedores e jogadores em todo o mundo. Se for bem executado, poderá se tornar um dos eventos mais importantes do calendário do futebol — e um verdadeiro símbolo do alcance global do jogo entre clubes.